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Rio Branco, o Rio de Roraima

Foto: F5 Produções – Alex Barroso

Esse texto foi escrito por Gisele de Lima Souza, participante do nosso Processo de Formação Continuada e Multiplicadora em Roraima.

ORIGEM E PREOCUPAÇÕES

O nome “rio Branco” foi dado por Pedro Teixeira, colonizador português que, em 1639, quando navegava de Belém para Quito pelo rio Solimões deparou-se com um grupo de índios que diziam ter vindo de um rio de águas brancas que existia no alto rio Negro. Teixeira chamou esse rio de “Branco”.

Os primeiros colonizadores a desbravar o rio Branco foram Francisco Ferreira e frei Jerônimo Coelho. Seus objetivos eram aprisionar índios e recolher tartarugas e seus ovos para fazer a manteiga que servia como combustível na iluminação pública da cidade de Belém do Pará.

A rede hidrográfica de Roraima faz parte da Bacia do Rio Amazonas, é o nosso rio mais importante, responsável pela formação de uma bacia regional. O Rio Branco é influenciado pelo índice de chuvas, o que mostra o seu maior volume nos meses de abril a setembro época do inverno roraimense e de outubro a março enfrenta seu período mais seco. Nesta época de verão escaldante formam-se grandes quantidades de praias, tornando-se ideais para o turismo e lazer, além disso, existem rios de corredeiras localizados ao norte do Estado, que proporcionam visitas turísticas.

Os maiores rios de Roraima são Uraricoera e Tacutu que juntos dão origem ao Rio Branco, Amajari, Parimé, Maú, Surumu e Cotingo.

Mesmo com todas essas diversidades, de lazer e cultura, a sociedade está deixando a desejar no seu trato e respeito ao rio, que é a fonte de captação de água para a distribuição aos lares roraimenses. Na qual a qualidade da água a tempo não é mais a mesma, o que se torna uma situação preocupante, como confirmado pela professora de biologia, especializada em água doce, pesca e interior, do Centro de Estudos da Biodiversidade (CBio), Núbia Gomes, apesar das preocupações com o garimpo serem válidas, é preciso atenção com a forma que a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr) capta e trata a água, que já chega poluída. (FOLHA DE BOA VISTA/2018).

Vejamos um trecho da entrevista publicada no jornal local Folha de Boa Vista:

Fizemos uma pesquisa há dois anos. Passamos por rios como Amajari, Uraricoera, Tacutu e Rio Branco. Na época, o ponto mais crítico foi aquele onde é despejado o que vem da estação de tratamento de esgoto. Encontramos agrotóxicos, chumbo e coliformes fecais. Sobre os agrotóxicos, existe uma dissertação que já comprovou que a Caerr não consegue retirá-los no tratamento. Sobre o chumbo, geralmente ele vem da gasolina da Venezuela que depois de usada a fumaça o lança no ar, daí cai com a chuva no rio. (GOMES, 2018)

Em Roraima, a qualidade da água vem se tornando alvo de preocupações, devido às constantes denúncias de garimpo ilegal nas margens do Rio Uraricoera, que deságua no Rio Branco. Os impactos ambientais causados pelo garimpo podem ser diversos, dentre eles, o desmonte hidráulico, contaminação do solo, ar e água com metais pesados, principalmente mercúrio e chumbo, extinção de vegetações e ameaça à fauna local.

 Periodicamente são desenvolvidos projetos de conscientização a população não fazer o descarte de lixo nos rios. Ressaltando que recentemente entre outubro e novembro/2018 nosso estado foi contemplado com a Expedição científica, coordenadas pelo Inpa e ICMBIO,que visavam avaliar contaminação dos rios de Roraima por mercúrio. Os Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) realizaram expedição para coletar amostras de peixes e de água nos rios de Roraima para identificar a presença de mercúrio, metal pesado utilizado no garimpo de ouro, quando liberado no ambiente, atinge rios e igarapés, mais de 2 mil amostras de tecidos, escamas, nadadeiras, sangue e órgãos vitais foram coletados de 240 peixes.

Giselle de Lima Souza

Grupo de Roraima.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RIBEIRO, Thiago. “Aspectos naturais de Roraima”;Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/brasil/aspectos-naturais-roraima.htm>. Acesso em 28 de maio de 2019.

http://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/salaImprensa/noticias/arquivos/2018/11/Expedicao_cientifica_vai_avaliar_contaminacao_dos_rios_de_Roraima_por_mercurio.html. PorASCOM – publicado 14/11/2018 16h57. Última modificação 22/05/2019 09h01. (acesso em: 28/05/19)

https://folhabv.com.br/noticia/Qualidade-e-tratamento-da-agua-em-RR-sao-criticos–diz-professora-do-CBio/41188.Por Pedro BarbosaEm 22/06/2018

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rr/historico