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CERSA E MST REALIZAM ATIVIDADES COM CAMPONESES SOBRE USINAS SOLARES

A convite do Movimento dos Sem Terra (MST), por meio de Dilei Aparecida Schiochet, representantes do Comitê de Energia Renovável do Semiárido (CERSA) participaram de duas importantes atividades de formação e mobilização durante a semana passada.

Na segunda-feira, 16 de agosto, aconteceu um momento formativo sobre energias renováveis, para jovens e lideranças do Movimento Sem Terra. A atividade foi realizada no Centro de Formação Elizabeth e João Pedro Teixeira, no município de Lagoa Seca.

A ação foi assessorada pelo professor Walmeran Trindade, que na oportunidade apresentou os vários benefícios da energia solar fotovoltaica, quando implantada de forma descentralizada. Com a participação das famílias e utilizando-se de estruturas já existentes como telhados, ou, pequenos espaços de terra, sem agredir o meio ambiente, as pessoas que participaram do momento, assumiram o compromisso de levar as informações corretas para as diversas famílias dos assentamentos.

RODA DE CONVERSA

Um segundo momento aconteceu na última terça-feira, 17, durante a roda de diálogo. A atividade foi realizada no Assentamento Pequeno Richard, na zona rural de Catolé de Boa Vista, próximo a campina grande. Na ocasião, participaram cerca de 40 pessoas do referido assentamento, além de representantes do Acampamento Quebra Quilo e do Centro de Ação Cultural, renomada Organização que desenvolve trabalhos de assessoria e organização comunitária na região.

Durante o momento, as famílias puderam ouvir e dialogar com a experiência bem sucedida de seu Antônio Marcos, agricultor assentado no Assentamento Novo Horizonte, no município de Várzea-PB. Seu Antônio repassou para os presentes toda a sua luta pela conquista de vida digna e sobretudo como conseguiu o seu sistema de energia solar fotovoltaico, que reduziu em muito os seus gastos mensais com eletricidade e ainda favoreceu o aumento e diversificação das áreas cultivada com mamão, melancia e capim elefante. A explanação de seu Antônio gerou muito interesse e perguntas por parte das famílias presentes.

AVANÇO DAS INSTALAÇÕES DE GRANDES PARQUES EÓLICOS NA REGIÃO

Diversas preocupações entre os/as camponeses presentes foram pontuadas. Conforme foi possível constatar, por meio de depoimentos e documentos, uma empresa está tentando instalar uma grande usina de Energia Solar nas terras do Assentamento. Segundo informações dos próprios agricultores, ja foram realizas diversas reuniões e famílias já assinaram pré-contratos concordando com o projeto. Elas alegam que só ouviram as boas promessas dos representantes da empresa e que por isso concordaram.

O professor Walmeran Trindade e José de Anchieta de Assis, representantes do CERSA e do projeto Cuidando da Nossa Casa Comum, explicaram, durante o momento, sobre as possibilidade de se conseguir outras formas de se instalar energia solar sem causar grandes prejuízos.

“É possível que as famílias gerem rendas a partir dos recursos naturais, assim como fez seu Antônio Marcos, no Assentamento Novo Horizonte, em Várzea” disse Anchieta.

Ao final da reunião foram feitos vários encaminhamentos no sentido de se tentar reverter a instalação da grande Usina Solar no Assentamento.

O Centro de Ação Cultural (CENTRAC), através do seu advogado Cluidionor Vital e da senhora Patrícia Sampaio, socióloga e assessora técnica da entidade, colocaram-se à disposição para orientar as famílias nas medidas Jurídicas e organizativas necessárias, no sentido de se conseguir as melhores alternativas de geração de renda, convivência harmoniosa com o meio ambiente e para o fortalecimento e a autonomia comunitária.

Matéria de Palloma Pires, publicada originalmente no site do CERSA.