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1º dia de seminário do NE avalia causas e impactos das mudanças climáticas na região

Igarassu (PE), 19 de agosto de 2016 – As discussões dos grandes fóruns e encontros mundiais sobre o clima foram trazidas para a realidade do Nordeste Brasileiro durante o primeiro dia o Seminário Regional Nordeste do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social, realizado em Igarassu (PE). Nesta sexta-feira (19), acadêmicos, pesquisadores, técnicos, agentes de pastoral, ativistas em prol do meio ambiente, representantes de comunidades tradicionais e de regiões atingidas por grandes projetos e desastres ambientais partilharam conhecimentos em relação às origens das mudanças climáticas e os impactos sobre a vida dos seres e da Terra.

Para contextualizar os participantes, o coordenador nacional do Fórum, Ivo Poletto, falou sobre a 21ª Conferência do Clima (COP 21), realizada recentemente em Paris, e o que ela significa, do ponto de vista prático, para os países do ponto de vista do comprometimento na preservação do meio ambiente. “A Terra é um corpo vivo e complexo. Se comparada ao corpo de um ser humano, pensemos o que é administrar o aumento de 1,5oC”, destacou.

 

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Dentro dessa perspectiva do impacto global que atinge o âmbito regional, o professor da Universidade Estadual do Ceará, Alexandre Costa, abordou os impactos que as mudanças climáticas estão alterando a situação do Nordeste, com o agravamento da seca e o avanço do mar nas zonas costeiras. “Não tenho receio de afirmar que essa não é uma questão de futuro. É um fato que nos atinge hoje. Mas é possível administrar, mudando, por exemplo, nosso modelo de desenvolvimento e de convivência”, considerou.

Experiências da região

Durante a tarde, os participantes do seminário puderam conhecer as experiências alternativas que são desenvolvidas para preservação do meio ambiente e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas no Nordeste, sobretudo no semiárido.

Entre outras práticas, a pesquisadora do Defeso da Caatinga, Magda Guilhermino, entidade do Rio Grande do Norte, apresentou o projeto Terra Viva que utiliza a técnica dos renques e barramentos para favorecer a retenção da umidade, a recuperação dos solos e a agricultura familiar.

Segundo o militante do Fórum Carajás, do estado do Maranhão, Francisco Souza, o encontro tem oferecido uma oportunidade de debater tanto as demandas comuns quanto as peculiares dos estados da região e procurar soluções conjuntas. “Tem sido excelente o seminário no sentido da articulação das organizações que, ao mesmo tempo, trocam suas práticas de convivência e de resistência e, ao mesmo tempo, unem forças para lutar juntos”, ressaltou.

A programação do seminário continua neste sábado (20), com o painel “Laudato Si’, Mudanças Climáticas e o Bem Viver”, tratando da Carta Encíclica do Papa Francisco dentro do contexto atual e apresentando possíveis as saídas para minimizar os efeitos das mudanças climáticas na região.

O Fórum

O Fórum de Mudanças Climáticas visa contribuir para o desenvolvimento de políticas afirmativas de proteção ao clima no Brasil; fortalecer e manter em funcionamento uma rede de organizações da sociedade civil (parceiros da Misereor e outras organizações) que trabalham sobre o tema das Mudanças Climáticas no Brasil e América Latina; cobrar a responsabilidade do poder público para políticas públicas efetivas de proteção ao clima;     aumentar o nível de conhecimentos nas organizações integrantes da rede e na sociedade brasileira sobre as causas das mudanças climáticas e sobre estratégias e abordagens para enfrentá-las.

Serviço:

Seminário Regional Nordeste do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS)

Dias 19 (8h30 às 18h) e 20 (8h30 às 12h) de Agosto de 2016

Centro Mariápolis – Igarassu (PE)

Fonte: Seminário Regional sobre Mudanças Climáticas e Justiça Social do Nordeste

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