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Jornalistas do Peru, Brasil e Bolívia participam de oficina sobre transição energética

Jornalistas do Peru, Brasil e Bolívia participam de oficina sobre transição energética

Fonte: Moccic

Mais de 30 jornalistas e comunicadores da Bolívia, Brasil e Peru participaram da Oficina de Capacitação em transição energética, organizado pela Rede Popular de Transição Energética (REDTEP), formada pelo Movimento Cidadão Contra as Mudanças Climáticas – MOCICC (Peru), Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS- Brasil) e Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas e Justiça – GTCCJ (Bolívia), com o apoio da Misereor (Alemanha).

O workshop realizado no dia 26 de novembro contou com a participação e apresentação de Antonio Zambrano (Peru), Joílson Costa (Brasil) e Tania Ricaldi (Bolívia), especialistas da REDTEP, que compartilharam informações sobre a situação atual das políticas energéticas em cada país e as medidas necessárias para uma transição de energia popular e justa.

Os palestrantes indicaram que nos três países a matriz energética ainda depende de combustíveis fósseis (hidrocarbonetos) e a visão que estados e governos têm é desenvolvimentista. As políticas públicas atuais visam fortalecer o modelo de desenvolvimento extrativista / agroextrativo, afetando o meio ambiente, os direitos territoriais e os direitos das comunidades e povos indígenas.

Nesse contexto, a transição energética para as energias renováveis ​​é necessária e a América Latina tem grande potencial neste tipo de energia capaz de atender à demanda energética da região. “Por exemplo, no Peru existe um atlas de energia eólica, geotérmica e outras energias; processos de industrialização e geração de empregos verdes podem ser considerados”, disse Antonio Zambrano, do Movimento Cidadão Contra as Mudanças Climáticas – MOCICC (Peru).

Da mesma forma, Joílson Costa do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS-Brasil) indicou que a transição energética deve ser justa, inclusiva e popular, além de ser descentralizada para que as pessoas possam contribuir com esse processo .

“A transição energética popular e justa deve gerar processos de participação cidadã, a construção de processos de governança eficazes em que a população seja produtora e consumidora de energia; gerando economias locais que melhoram as condições de vida das populações”, ressaltou Tania Ricaldi do Grupo de Trabalho sobre Mudança Climática e Justiça da Bolívia.

O workshop também contou com a presença do jornalista brasileiro Mario Osava, que compartilhou suas impressões sobre o tratamento jornalístico do tema e os casos que tem acompanhado; indicou que atualmente há muito a ser abordado pelo jornalismo tradicional, especialmente os casos de megaprojetos e seus impactos. Por outro lado, a utilização de energias alternativas permite uma mudança de paradigma no desenvolvimento e na tomada de decisões por parte da comunidade, “mudanças para as quais os jornalistas devem estar atentos para a divulgação e sensibilização”, destacou.

O workshop terminou com perguntas de jornalistas; eles consultaram sobre as limitações para uma transição energética nos três países. Os especialistas concordam que uma das limitações é a falta de um olhar abrangente sobre os processos de gestão e planejamento na questão energética e seu compromisso com as energias alternativas.

A REDTEP promove este e outros espaços de diálogo e troca de informações com jornalistas para ampliar a análise e o impacto social sobre a questão da transição energética popular e justa e energias alternativas.