Goiânia – cidade in-sustentável
Esse artigo foi produzido pelas participantes do Processo de Formação Continuada e Multiplicadora do nosso Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social.
Nossa cidade está situada no bioma Cerrado, o berço das águas do país. Está sendo creditado a ela o título de cidade sustentável, porém quando nos atentamos para os pormenores, o que percebemos não condiz com esse título.
Qual a nossa realidade? Ocupação em áreas de preservação (nascentes, encostas, margens de rios e morros), a contar também os empreendimentos imobiliários (shoppings, condomínios verticais, entre outros), a cidade cada vez mais impermeabilizada pelo asfalto e pelo concreto.
Com o aumento da população e a falta de investimento em um processo de educação ambiental permanente, pode-se perceber a quantidade de lixo jogada nas ruas que consequentemente acaba nos rios e nascentes, problema esse que agrava a degradação ambiental da região.
As áreas de nascente estão sofrendo com as construções de torres de condomínios, que com suas fundações drenam as águas do subsolo, ao redor dos parques estas torres compõem uma disparidade na paisagem.
Um shopping que leva o nome Passeio das Águas, simplesmente foi construído sobre uma grande área de brejo, demonstrando desta forma o poder do mercado de empreendimentos para subjugar o maior dos direitos, o da vida das águas. Neste momento o atual prefeito da cidade libera a construção de um parque, em parceria com a incorporadora Brasil Brookers, em uma área onde há nascentes (veredas) para valorizar os prédios de apartamentos que serão construídos ao redor dele.
Na contramão da cidade sustentável está também o desejo por parte dos empresários e governantes de privatizar a SANEAGO – empresa responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto do Estado.
Mesmo o trabalho que é realizado pelas comunidades para a preservação do meio ambiente e das nascentes é desvalorizado pelo poder público e pelo poder econômico. Em nossa região – leste, contamos com três nascentes (córrego buriti, córrego água branca e córrego da mina) sendo esta última objeto de luta árdua e continua em busca de sua recuperação, pois havia sido completamente ocupada. Estas três nascentes são afluentes do Rio Meia Ponte. Porém, como bons filhos da “mãe Terra” jamais desistiremos de lutar pela riqueza maior que nos garante a preservação da vida como um todo, não apenas para nossa geração presente, mas principalmente para as gerações futuras. A ÁGUA é o bem maior com o qual a natureza nos presenteia todos os dias para a nossa vida se manter viva.
Trabalho do grupo
Catiê Borges Silva Rezende
Irmã Ana Maria
Maria Oliveira
Lucia
Lucilene
Conceição
Goiânia, 20 de maio de 2019