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NENHUMA GOTA DE PETRÓLEO A MAIS!

Os povos do Brasil continuam a ter suas vidas ameaçadas por eventos socioambientais cada vez mais extremos, como está acontecendo agora no Rio Grande do Sul, e já aconteceu em outras regiões, por causa da submissão absoluta ao sistema de acumulação sem fim de riqueza de empresários das áreas do petróleo e outras fontes fósseis, do agronegócio e da mineração, bem como das políticas contraditórias implementadas por governantes.

Como aceitar que, nos mesmos dias em que consegue apoio do congresso nacional para destinar mais de 50 bilhões de reais sem ferir o sagrado princípio neoliberal da responsabilidade fiscal e se faz presente ativamente no enfrentamento da tragédia, o governo federal conte com um Ministro de Minas e Energia e uma Presidente da Petrobrás que defendem a exploração até da última gota de petróleo, incluindo o bioma Amazônia? E como pode ser efetivo o compromisso de agir para controlar e evitar o desmatamento que fere a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga e, na verdade, todos os biomas, se a destinação de recursos do Orçamento Público demonstra ser prioritária a política em favor do agronegócio e de empresas de produção de energia eólica e solar centralizadas e criminosas em relação à Caatinga e seus povos?

Senhores empresários e governantes, cada árvore derrubada no que resta de florestas em todos os biomas, cada gota do petróleo retirado da Terra e queimado para mover motores, cada metro quadrado de solo e cada gota de água dos rios contaminados e envenenados para produzir mercadorias que enriquecem uma minoria absoluta da população, tem absolutamente tudo a ver com o que afeta a vida de milhares de pessoas, de outros seres vivos e da própria Mãe Terra com os sucessivos e cada vez mais extremos eventos climáticos, que são, na verdade, socioambientais, porque suas causas se encontram em práticas empresariais e em políticas governamentais.

O Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental se soma a todas as pessoas, povos e organizações sociais que exigem, como cidadãs e cidadãos, que a vida da Terra e de sua comunidade de vida, de que fazem parte as pessoas humanas, estejam na origem, na implementação e na finalidade de toda a prática política, fazendo que seja efetivamente pública, como deve ser, a serviço da vida das pessoas e da Mãe Terra.

Concretamente, Sr. Presidente Lula, não ceda à pressão da nova presidente da Petrobrás para que intervenha em favor da exploração de petróleo na Amazônia. Se o Sr. e seu governo fizerem isso, perderão a oportunidade de serem, na COP 30, exemplo do que todos os povos devem fazer em favor da vida.

Ivo Poletto, secretariado nacional do FMCJS.