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R-existência em Mata Cavalo: Uma história de luta pelo Cerrado e pela terra Quilombola em Mato Grosso, Brasil

Déborah Moreira1

GPEA/Instituto Caracol/ FDHT

A lógica de desenvolvimento capitalista, preocupada com o lucro imediato e caracterizada pelo descompromisso com as populações atingidas por seus empreendimentos e atividades, gera uma imensidão de impactos nos BIOMAS BRASILEIROS e CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS que em geral, recai de modo desproporcional sobre grupos sociais vulneráveis, o que caracteriza as injustiças ambientais.

Um exemplo de população que sofre com a degradação do bioma cerrado e que vivencia conflitos socioambientais em função desta degradação são os/as quilombos de Mata Cavalo. Essa comunidade está localizada aproximadamente a 10 km do município de Nossa Senhora do Livramento – MT, e tem a história marcada pela luta, resistência e violação dos direitos que lhes são garantidos pela Carta Magna (direito a terra, direito a moradia, direito ao meio ambiente equilibrado).

Os quilombolas de Mata Cavalo lutam desde 1890 para fazer valer os seus direitos sobre um área de 14.000 (ha) que lhes foi expropriada por fazendeiros, garimpeiros e grileiros; desde então os moradores do quilombo enfrentam conflitos na luta pela terra e também sofrem com os impactos gerados pelos expropriadores no Bioma Cerrado.

Este artigo tem o objetivo de denunciar as violações de direitos humanos e da terra vivenciadas pela população de Mata Cavalo que vive em estreita relação com o cerrado e aumentar a visibilidade do grupo e de suas lutas cotidianas (Quadro de Figura o2). A comunidade de Mata Cavalo é vítima de injustiça ambiental, cuja situação de vulnerabilidade é agravada pela morosidade do Estado brasileiro na regularização da situação fundiária e efetivação dos direitos territoriais.

Os conflitos vivenciados estão relacionados a disputa pela terra, disputa por água, disputa por elementos naturais e por produtos da biodiversidade, estes conflitos estão diretamente relacionados com as atividades desenvolvidas pelos expropriadores, que causaram inúmeros impactos ambientais no território e que contribuem para a queda na qualidade de vida desta população.

A população tem sido obrigada a suportar uma carga desproporcional dos danos e prejuízos ambientais, as ações de fazendeiros e garimpeiros degradam o CERRADO e ameaçam diretamente os seus modos de vida e sua cultura, que está intimamente relacionado com a natura e a conservação dos bens naturais; sofrem com as injustiças ambientais, mas, sobretudo RESISTEM sem sair do território!

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