Yiapira
(“A nascente do Rio” em Tupi)
Essa poesia foi escrita como tarefa de comunicação do Processo de Formação Continuada e Multiplicadora do FMCJS.
Magda Guilhermino
01 junho 2020
Choro por ti!
Oh ingênuo ser
Que tanto me despreza
Me humilha e,
Me assola
Me emporcalha e,
Me desrespeita…
Choro por ti!
Que acreditas ser o centro do Universo
E que podes a vida comandar
Que acreditas na tua supremacia, no seu poder…
Oh ingênuo ser…
Com tanta beleza… te transformas em tirano e mesquinho
Tão frágil e tão pequeno
Tão pobre e tão tolo…
Choro por ti!
Que não vês o caminho que trilhas
Não vês o abismo para onde vais
Não te interessas em saber…
Ainda sonha com o material, com o dinheiro e o poder,
E não entendes que sem mim não há nada e, de nada servirão teus bens, teu poder…
Sem mim sucumbirás à mingua assim como todos os teus…
Acorda! Oh! Pequeno e franzino ser….
Choro por ti!
E clamo aos céus que acordes, e que então, olhes com os olhos de ver
Com o coração de sentir, com a cabeça de pensar e com os braços de agir…
E assim, ao humildar-se diante do criador e da criação
Te transformes em um ser integrado a tua casa, nem superior e nem inferior
Que dela faças parte como mais um de nós, em equilíbrio e, responsável por nossa administração igualitária para todos os seres…
A beleza se irradiará e a vida poderá seguir seu curso de respeito e justiça
Aqui estarei sempre ao teu lado …trazendo a vida e a diversidade
E tu, te transformarás mostrando o belo que há em ti
E então, não mais chorarei por ti, mas te abraçarei e te honrarei…oh, pequeno e franzino ser….