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SEMINÁRIO “MUDANÇAS CLIMÁTICAS E JUSTIÇA SOCIAL”

 

Foi com o lema “cuidar da terra para salvar a vida” que foi realizado, de 5 a 8 de maio de 2015,  o Seminário anual promovido pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social. E para que os delegados das entidades membros melhorem sua contribuição nessa missão de cuidar da terra, a programação cuidou que, ao mesmo tempo e como dimensões complementares, se dedicasse tempo para uma reciclagem e um aprofundamento das causas e consequências das mudanças climáticas e a busca de alimento para o espírito, renovando as motivações profundas que nos mantém firmes na caminhada mesmo em tempos de profundas contradições.

Para a reciclagem de entendimento da temática contou-se com quatro mesas de exposição seguidas de debates com os participantes. A primeira teve como objetivo tomar conhecimento das mais recentes pesquisas e estudos de tudo que tem a ver com o agravamento das mudanças climáticas, em particular o 5º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU. A segunda mesa aprofundou a análise das “mudanças climáticas e mundo urbano”, seguida de outra sobre “mudanças climáticas e mundo rural”, dando conta de uma compreensão crítica dos ambientes em que vivem e lutam os grupos sociais com que as entidades do FMCJS atuam.

A quarta mesa foi dedicada à busca de informação e à análise crítica das “falsas soluções”, propostas e implementadas na perspectiva do mercado capitalista, com destaque para a financeirização dos bens comuns, através de projetos de REDD e de Pagamento por Serviços Ambientais, e as consequências dessas medidas na vida dos povos indígenas e comunidades tradicionais, que são os guardiões das florestas remanescentes.

A quinta mesa foi um aprofundamento em relação ao posicionamento, às práticas e reflexões teológicas das igrejas e religiões em relação às mudanças climáticas. Com falas de representantes da CNBB e do CONIC e de Ninawa, líder do povo Huni Kuí, foi oportunidade para uma profunda reflexão crítica sobre as práticas religiosas que separam o cuidado como espírito das pessoas e as relações com a natureza. A exposição do Ninawa foi um convite para perceber que, na prática e na busca do Bem Viver, é fundamental superar essa separação, buscando o sentido de cada ser vivo e a busca de relações harmoniosas com tudo que faz parta da Criação.

Esse cuidado de alimentar o espírito, a motivação vital dos participantes, foi realizado por meio de tempos dedicados a práticas e vivências de profunda espiritualidade em todos os dias do Seminário. Com certeza, todos os participantes retornaram energizados, cheios de esperança e coragem para dar continuidade à missão comum de cuidar da terra para salvar a vida, a vida das pessoas e de todas as formas de vida.

 

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