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Organizações discutem ações em favor de uma nova política energética para o Brasil

Organizações que discutem o modelo energético brasileiro e que articulam populações afetadas pelo mesmo realizaram nos dias 11 e 12 de novembro de 2014, em Brasília, o seminário “Legados do Fórum Social Temático Energia e Consolidação da Frente por uma Nova Política Energética”.

No primeiro dia, o seminário avaliou as ações e os desdobramentos do Fórum Social Temático – Energia, realizado entre os dias 7 a 10 de agosto também em Brasília, identificando como avanços proporcionados pelo mesmo, entre outros, a intensa troca de experiências entre iniciativas de resistência aos impactos de diversos empreendimentos energéticos – como hidrelétricas, parques eólicos, expansão da energia nuclear; o estabelecimento de parcerias internacionais; o fortalecimento da mobilização em favor de energias limpas.

Já no segundo dia, ao refletir sobre a conjuntura energética atual, uma das constatações do seminário foi o baixo investimento e interesse político nas energias renováveis não convencionais, como eólica e solar, especialmente sob a ótica da descentralização e microgeração. No lugar de diversificar a matriz energética, o governo tem insistido em aumentar a dependência em relação a grandes hidrelétricas e usinas termelétricas a gás natural, óleo diesel e carvão.

Num contexto de secas agravadas pelas mudanças climáticas, os resultados dessa política têm sido desastrosos: em resposta à falta de água nos reservatórios, o governo tem mantido o acionamento de termelétricas que aumentam a emissão de gases poluentes que contribuem para o aquecimento global e elevam a conta de energia dos cidadãos brasileiros.

O seminário também discutiu as estratégias da Campanha “Energia para a Vida!”, lançada no Fórum Social Temático Energia, a partir de suas grandes reivindicações: viabilizar um novo modelo para o planejamento energético brasileiro, com transparência e efetiva participação da sociedade civil; incentivo à conservação de energia e eficiência energética; diversificação e descentralização da matriz de geração de energia elétrica; e pleno respeito e garantia aos direitos humanos das populações atingidas por empreendimentos energéticos.

Para o representante da Aliança dos Rios da Pan-Amazônia, Iremar Ferreira, o seminário foi muito importante, pois as organizações “conseguiram dar mais um passo e obter mais elementos para aprofundar a Campanha em suas ações”. Já para o diretor da International Rivers Brasil, Brent Millikan, “a Campanha é um grande desafio por abordar um tema que é tratado como algo de especialista e que deve ser tornado um assunto de cidadania”. Segundo Ivo Poletto, assessor do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, “para o próximo ano a Campanha tem o desafio de mobilizar mais setores da Igreja”.

 

Para mais informações acesse: www.energiaparavida.org

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