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Nota de solidariedade ao povo Munduruku


O Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, vem por meio desta expressar sua solidariedade ao povo Munduruku e sua indignação contra a ofensiva violenta a que os povos e seus territórios são submetidos de modo particular na Amazônia, incentivada por esse governo genocida, etnocida e ecocida.
No dia 25 de março, foi amplamente divulgada pelas mídias sociais, o ataque a sede coletiva de diversas organizações Munduruku, entre elas a Associação de Mulheres Munduruku Wakoborun, a qual foi depredada e documentos incendiados por outros indígenas e não indígenas, instigados por garimpeiros e seus apoiadores, na cidade de Jacareacanga\PA.

sede da associação das mulheres Munduruku


“Esse ato revela o fracasso do próprio discurso garimpeiro, que é o de melhorar a vida dos Munduruku. As doenças provocadas pelo garimpo e a pobreza a que estão submetidas aldeias inteiras mostra”m que o projeto garimpeiro, que é o projeto genocida do governo Bolsonaro, está arrastando um povo guerreiro para a lama dos rejeitos de garimpo, humilhando os filhos de Karosakaibu”.
Repudiamos as autoridades do Estado que não intervieram a tempo para evitar esse conflito envolvendo os Munduruku, já que era de conhecimento a animosidade envolvendo indígenas apoiadores do garimpo contra os que defendem seus territórios livres da morte certa, a exemplo da destruição dos rios Baunilha, rio das Tropas e demais afluentes do majestoso Tapajós, contribuindo com o agravamento das mudanças climáticas na região, a começar pela violação dos direitos dos rios.
Repudiamos a violência simbólica seguida da destruição material da sede das associações Wakoborun, Da’uk, Arikico, Movimento IperegAyu e do CIMAT, que representam iniciativas de boas práticas, de bem viver, o que incomoda os que querem se apropriar dos recursos naturais, torna-se urgente, que as autoridades investiguem para encontrar e punir os mandantes. Denunciamos que os projetos em pauta no Congresso Nacional, que tentam legalizar o garimpo e a mineração em terras indígenas são os maiores motivadores a violências deste tipo.
Nos solidarizamos com o Povo Munduruku e demais povos que lutam pelo direito à Vida.
Reafirmamos nosso compromisso pela Justiça Socioambiental.
Seguimos de luto por tanta violência, mas em luta permanente na defesa da Vida nesta Casa Comum.

Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental – FMCJS