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Encíclica do Papa Francisco é mote do 2º dia de seminário do NE

 

As constatações em relação à falta de cuidado do homem com a natureza e as saídas apontadas para o bem viver pela Laudato Si’, carta escrita recentemente pelo Papa Francisco, foram tratadas neste sábado (20), durante o Seminário Regional Nordeste do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social, realizado em Igarassu (PE).

O pós-doutorando em filosofia pela UFPB, ArivaldoSezyshta, ao longo do painel “Laudato Sí’, mudanças climáticas e o bem viver”, destacou que o documento papal identifica dois aspectos fundamentais na sociedade contemporânea: a terra como depósito de lixo e a cultura do descarte. Nesse sentido, Sezyshta apresentou a proposta de decrescimento que não significa crescimento negativo, nem é alternativa ao crescimento, mas ações práticas que possam frear os impactos do capitalismo. “É importante, por exemplo, fixar limites de consumo para evitar o suicídio coletivo da humanidade”, avaliou.

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O indígena Gildo Aquino, da tribo Xukuru, destacou que essa forma de bem viver é realidade na comunidade dele. “Dizem que nós somos preguiçosos, mas só buscamos na natureza e produzimos o que precisamos. Se tivermos outras necessidades, vamos em busca delas sem essa perspectiva do lucro”, disse o integrante da comunidade localizada no Agreste de Pernambuco.

BALANÇO

No final do segundo dia de evento, foi realizado o debate entre os participantes por Estado. Nesse momento, os grupos procuraram articular ações para dar prosseguimento às discussões em torno das mudanças climáticas e escolher os dois delegados estaduais que estarão no Seminário Nacional do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social.

Para o coordenador do fórum, Ivo Poletto, o encontro foi importante e positivo porque congregou um público diversificado, com acadêmicos, militantes e populações atingidas. “Tivemos conhecimento dos impactos das mudanças climáticas na região e também do que está sendo feito do ponto de vista da resistência, de alternativas para a manutenção da vida, destacando que é uma região que já tem uma relação de convivência com o bioma, no caso o semiárido”, avaliou.

O agente da Cáritas Diocesana de Pesqueira (PE), Rivaldo Melo, considerou o evento muito enriquecedor para a ação junto às comunidades. “Vamos poder partilhar com as nossas bases aquilo que ouvimos e saímos bastante motivados porque percebemos que não estamos sozinhos. Há outros companheiros também comprometidos com as causas da preservação do meio ambiente”, ressaltou.

O Seminário ocorreu nos dias 19 e 20 de Agosto, no Centro Mariápolis, em Igarassu (PE) e teve como tema “Mudanças Climáticas no Nordeste: Homens e Mulheres em construção de alternativas”.

O Fórum 

O Fórum de Mudanças Climáticas visa contribuir para o desenvolvimento de políticas afirmativas de proteção ao clima no Brasil; fortalecer e manter em funcionamento uma rede de organizações da sociedade civil (parceiros da Misereor e outras organizações) que trabalham sobre o tema das Mudanças Climáticas no Brasil e América Latina; cobrar a responsabilidade do poder público para políticas públicas efetivas de proteção ao clima;     aumentar o nível de conhecimentos nas organizações integrantes da rede e na sociedade brasileira sobre as causas das mudanças climáticas e sobre estratégias e abordagens para enfrentá-las.

Serviço:

Seminário Regional Nordeste do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS)

Dias 19 (8h30 às 18h) e 20 (8h30 às 12h) de Agosto de 2016

Centro Mariápolis – Igarassu (PE)

 

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