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Campanha Nossa Escola Solar realiza ações pelo Rio São Francisco em Itacuruba – PE

Cerca de 1 ano após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao território brasileiro, o navegador Américo Vespúcio chegou à foz de um enorme rio que desaguava no mar. A data era 04 de outubro de 1501, dia de São Francisco, santo homenageado pelos navegadores no batismo do rio. Os índios que habitavam aquela região chamavam o grande rio de Opará, assim como chamam até hoje, o que significa Rio-Mar. Desde então os índios e quilombolas começaram uma luta constante contra a exploração no grande Opará.

Na descoberta de várias riquezas no rio, os aventureiros foram tirando os direitos dos índios e iniciando domínio da região, cenário que perdura até os dias de hoje. Há ainda homens tentando explorar cada vez mais as riquezas do grande rio, e também povos indígenas e quilombolas numa luta incessante para que, mesmo muito debilitado, o nosso Velho Chico não morra. São muitas as tribos indígenas e quilombolas que moram atualmente às margens do São Francisco e vêm sofrendo com assoreamento, poluição e falta de consciência humana. 

Baseado em tais fatos, o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, a Cáritas Brasileira, e a Associação PROVIDA vêm incluindo diversas capacitações de conscientização dentro do programa Minha Escola Solar. Na última quinta-feira, dia 8 de julho, foi o dia dos alunos da Escola Estadual Indígena Luiz Pereira Leal visitarem a prainha do Coité, ponto turístico da cidade de Itacuruba-PE. Na ocasião eles se depararam com um grande descaso, uma enorme quantidade de lixo às margens do Velho Chico.

Através desse trabalho é necessário também conscientizar a sociedade de que esse não é só um problema político, é um problema moral de cada ser humano exercer o seu papel como cidadão e como responsável pela vida. É solicitado aos poderes públicos de Itacuruba que façam a limpeza do local e apelamos aos donos de bares e visitantes que tenham consciência de não mais jogar lixo à beira do Rio.

Foram encontradas entre tudo muitas garrafas PETs, que poderiam ser reutilizadas de diversas formas. Quando chove essas garrafas descem para o rio, desaguando no oceano, e chegam a matar milhares de animais, levando-se em consideração que o plástico leva milhões de anos para se decompor no meio ambiente. 

Essas ações demonstram que a campanha Escola Solar na cidade de Itacuruba, na Aldeia Pankará, Cacique Cícera, não consiste apenas na instalação de placas solares na escola, mas também em diversas oficinas de conscientização para os alunos de tudo que eles têm à sua volta. O desenvolvimento e o meio ambiente precisam andar de mãos dadas.

Matéria por Claudia Leal, da Associação PROVIDA, publicada originalmente no site da PROVIDA, e adaptada para esse site por Ângelo Miranda, da Equipe de Comunicação do FMCJS.