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Bioma Cerrado nunca mais!!!

Nunca mais será o mesmo cerrado!!!

O Cerrado brasileiro abrange os estados do Amapá, Maranhão, Piauí, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Tocantins, Bahia.

Localiza-se em três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul, (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) o que, de certa maneira, favorece sua biodiversidade.

O clima predominante no cerrado é tropical sazonal caracterizado por um clima quente com períodos chuvosos e de seca. A vegetação é, em sua maior parte, semelhante à de savana, com árvores baixas, esparsas, troncos retorcidos, folhas grossas e raízes longas; gramíneas e arbustos.

Os solos nestas regiões são geralmente muito profundos, antigos e com poucos nutrientes, exigindo uma adaptação da flora que possui, geralmente, folhas grandes e rígidas, além de, algumas espécies, apresentarem depósitos subterrâneos de água como uma espécie de adaptação às queimadasconstantes, permitindo que elas voltem a florir após o incêndio. Outra adaptação são as raízes bastante profundas podendo alcançar de 15 a 20 metros por causa da distância do lençol freático até a superfície.

Na área coberta por esse bioma, encontram-se muitas nascentes de rios. Por isso, o bioma Cerrado pode ser considerado como o berço das águas do Brasil: ele contribui com oito das 12 regiões hidrográficas do País, com destaque para três: as bacias dos rios Araguaia/Tocantins, do rio São Francisco e do rio Paraná. Isso porque é em seu território que encontramos as fontes de uma boa quantidade da água que banha essas bacias hidrográficas.

A principal característica do clima do bioma Cerrado é a ocorrência de duas estações: uma chuvosa (outubro a abril), quando caem mais de 90% das chuvas, e uma seca (maio a setembro), com ausência quase total de chuvas.

Mas, do ponto de vista da agricultura, em condições naturais, esses solos não têm os alimentos de que as plantas agrícolas, como aquelas que servem para plantar alimentos precisam. Ele é pobre em nutrientes e isso faz com que esses solos, naturalmente, apresentam baixa fertilidade

O Brasil destruiu 18.962 km2 de Cerrado no biênio 2013 – 2015. A cada dois meses, nesse período, perdemos no bioma o equivalente à área da cidade de São Paulo. Já são mais de 10 anos com o desmatamento no Cerrado superando as taxas da Amazônia. Esse ritmo de destruição torna o Cerrado um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta.
Conhecida como o berço das águas do Brasil, a savana mais biodiversa do planeta já perdeu 50% de sua área original. Seguida essa trajetória, a destruição do Cerrado acarretará uma extinção massiva de espécies, animais e vegetais, bem como a perda gradativa de seus rios, córregos e nascentes.  Além disso, a contínua conversão do Cerrado resultará em alterações no regime de chuvas na região, impactando a produtividade da própria atividade agropecuária, como já ocorre na Amazônia. O Cerrado estoca o equivalente a 13,7 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2)5, e as emissões significativas de gases de efeito estufa decorrentes do processo de conversão do bioma dificultarão a continuidade de vidas diversas.

A principal causa de desmatamento no Cerrado é a expansão do agronegócio sobre a vegetação nativa. Entre 2007 e 2014, 26% da expansão agrícola ocorreu diretamente sobre vegetação de Cerrado. Quando considerada somente a região do Matopiba – porções de Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, que é a principal fronteira do desmatamento, 62% da expansão agrícola ocorreu sobre vegetação nativa. Em relação às pastagens, análises recentes apontam que, entre 2000 e 2016, 49% da expansão no Matopiba ocorreu sobre o Cerrado. Note-se que, muitas vezes, a área desmatada para pastagem torna-se, posteriormente, área de uso agrícola.

A responsabilidade desse problema é compartilhada por todos os atores da cadeia produtiva, do produtor ao consumidor, incluindo traders, frigoríficos, empresas do varejo, investidores, indústria de insumos agrícolas e companhias de terras.  A busca por soluções capazes de frear rapidamente a destruição do Cerrado também é uma responsabilidade que precisa ser assumida por esses mesmos atores. E vale ressaltar que, embora importante, a aplicação da legislação ambiental, por si só, não será suficiente para garantir a conservação do bioma, já que permite a conversão legal de até 80% dos imóveisrurais.

Outro grande e grave problema é enfrentado no período de estiagem. As queimadas saem devastando tudo e perde-se o controle sobre elas. Uma faísca levada pelo vento espalha fogo rapidamente e a fumaça torna-se sufocante devido ao calor e baixa umidade do ar. Nós em Mato Grosso sofremos grandemente e vivemos quase como em clima de deserto. As pessoas estão sufocadas e os animais sofrem grandemente de sede, falta de comida e muitos morrem queimados nos incêndios. A fumaça também contribui com o aquecimento global e o efeito estufa. Nós respiramos esse ar pesado e a fumaça dificulta a respiração, prejudicando os pulmões e a saúde, principalmente de crianças e idosos.

 

A paisagem fica triste, cinza e ansiosamente aguardamos a chuva para trazer novamente a alegria do verde, o colorido das flores, a deliciosa brisa e o cheiro gostoso de terra molhada. Nesse tempo, somente algumas flores ressaltam no meio do seco cerrado, dentre elas a mais exuberante é o lindo ipê, com suas diversas e lindas colorações.

Cuiabá, 13 de setembro de 2018

Sandra Regina Duarte

Comunicadora Social e Ecóloga

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