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Aquecimento global coloca em risco cidades e países em todo o mundo

O planeta está aquecendo em velocidade superior às piores previsões dos cientistas. Esta é a conclusão colocada pelo professor da Universidade Estadual do Ceará Alexandre Araújo Costa em palestra proferida durante o Seminário Nacional Mudanças Climáticas e Justiça Social. “Tem muito calor na atmosfera. As temperaturas estão subindo. Para evitar as consequências das mudanças do clima, nós já deveríamos ter parado esse processo”, explicou. A exposição é parte das atividades promovidas pelo Seminário, que vai até sexta-feira (28) no Centro Cultural de Brasília (CCB), na capital federal.

Outro fator de preocupação apontado por Costa é o derretimento das calotas polares e das geleiras armazenadas nas montanhas. “Esses níveis também têm superado as previsões mais pessimistas. A consequência será a elevação dos níveis dos oceanos em 13 metros, alagando cidades como Rio de Janeiro, Recife e Nova York”, explicou Costa. De acordo com as perspectivas, em Bangladesh, 100 milhões de pessoas perderão suas terras e locais de moradia, tornando-se refugiados do clima.

Pouco tem sido feito para frear o processo de aquecimento global. As metas de redução de gases do efeito estufa definidas pelos países na Conferência Mundial do Clima (COP 21) ainda é muito tímida e incapaz de frear as consequências. Na Índia e no Nepal ondas de calor já mataram mais de 3 mil pessoas. “A expectativa é de que essas ondas de calor se espalhem pelo mundo e provoquem uma verdadeira tragédia, ameaçando a vida da população, especialmente as mais pobres, doentes e fragilizadas”, relatou o professor.

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Ainda segundo Costa, a vontade capitalista de aumentar os lucros das grandes empresas impede a implementação das práticas que evitam as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento do planeta. Isto porque as práticas saudáveis geram custos e desaceleram o desenvolvimento econômico. “De que adianta desenvolvimento econômico se o planeta pode se tornar inóspito e a maioria das pessoas pode morrer? O capital tem cheiro de morte”, ressaltou.

Além dos problemas causados pelo derretimento das calotas polares, Alexandre Costa afirmou que as secas devem se intensificar, com a perda do caudal dos rios. Ao mesmo tempo, temporais causadores de grandes enchentes e deslizamentos de encostas e até mesmo eventos raros como tornados serão mais percebidos.

A professora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Simone Santos Oliveira corroborou com as ideias expostas por Costa. Para a professora, as políticas públicas pouco ajudam na tarefa de ajudar as vítimas das tragédias de deslizamento de terra e enchente. Exemplo disso pode ser visto nos desastres ocorridos na região serrana do estado do Rio de Janeiro, no verão de 2011. “No momento da tragédia muitas pessoas se mobilizaram em todo o Brasil, mas, com o passar dos anos, os afetados pelo desastre ficaram à mercê dos governos locais abandonaram as vítimas a sua própria sorte”, contou Simone.

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