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DIREITOS DA NATUREZA EM TEMPOS DE PANDEMIA – PARA ONDE VAI O NOSSO LIXO?

*Artigo escrito pela Comunicadora Popular Marilza J L Schuina, para o Processo de Formação Continuada e Multiplicadora do FMCJS.

O Brasil perde uma vida humana por covid-19 e o governo não se importa, quiçá com a vida da natureza. Não importa os direitos humanos, sociais e políticos e muito menos os direitos da “Mãe Terra”.

A humanidade vive uma grande crise civilizacional, pois nada está como antes. Somos uma humanidade doente, individualista, consumista, capitalista, de ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres, ou seja, uma sociedade de grandes desigualdades sociais, de concentração de renda e riquezas. No Brasil, a pandemia escancarou ainda mais o aumento da pobreza, as altas taxas de desemprego, a baixa geração de emprego formal. (José Eustáquio Diniz, IHU – 30/05/2020).

Vivemos um mundo de egoístas, onde os valores perderam o seu significado, a vida é desprezada, principalmente dos indígenas, ciganos, negros, como se pôde ver e ouvir o atual ministro da educação, Abraham Weintraub, dizer durante a reunião ministerial de 22 de abril no Palácio do Planalto: “odeio o termo povos indígenas…odeio o povo cigano…”.

Description: C:\Users\Marilza\Documents\MUDANÇAS CLIMÁTICAS\WhatsApp Image 2020-06-07 at 17.52.18 (2).jpegNa mesma reunião ministerial, pôde-se ver e ouvir também o então ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, que considera oportuno a pandemia da Covid-19 para o governo aproveitar o momento em que o foco da sociedade e da mídia está voltado para o novo coronavírus para fazer uma “baciada” e “passar a boiada”, ou seja, mudanças nas regras de proteção ambiental e simplificação das normas e adoção de “medidas infralegais”. Os resultados desta política de morte já podem ser confirmados na prática: o desmatamento da Amazônia em abril de 2020 é o maior em 10 anos; “o governo federal atendeu a madeireiros e deixou de aplicar a lei na exportação de madeira contra a orientação do IBAMA, além de colocar a floresta amazônica e o clima global em risco ao congelar o Fundo Amazônia  e o Fundo Nacional sobre Mudanças Climáticas (Fundo Clima)” como aponta nota  da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público do Meio Ambiente (Brasil de Fato, 05/06/2020).

Description: C:\Users\Marilza\Documents\MUDANÇAS CLIMÁTICAS\WhatsApp Image 2020-06-07 at 17.52.18 (6).jpegPelo desejo de produção e consumo, pelo capital, mesmo com a pandemia, a humanidade está destruindo a “Casa Comum”: desmatamento, queimadas, agronegócio, agrotóxicos, madeireiras, mineração… Provoca-se profundas mudanças climáticas com o aquecimento global, o efeito estufa e a produção de lixo, por exemplo.

No cotidiano da vida, produzimos muito lixo, não somente industrial, comercial. Produzimos muito lixo doméstico, desde o lixo orgânico de restos de alimentos aos entulhos que fazemos de objetos e coisas indesejáveis, como se pode ver no vídeo que mostra o que faz a população com os seus descartes, sem nenhuma consciência ecológica e, muito menos de cuidado com a vida humana e com a vida da própria natureza.

Description: C:\Users\Marilza\Documents\MUDANÇAS CLIMÁTICAS\WhatsApp Image 2020-06-07 at 17.52.18 (2).jpegDescription: C:\Users\Marilza\Documents\MUDANÇAS CLIMÁTICAS\WhatsApp Image 2020-06-07 at 17.52.18.jpegO Barra do Pari em Cuiabá, fica localizado entre os bairros Jardim Santa Amália, Jardim Santa Isabel, Jardim Araçá e Jardim Santa Angelita, às margens do rio Cuiabá, fazendo divisa com o município de Várzea Grande. A principal rua de acesso ao bairro é a rua Professora Neuza Lula Rodrigues, que não é asfaltada. O mais grave é o acúmulo de lixo (de tudo, um pouco) e o lamaçal na época de chuvas, que torna o ambiente insalubre, deplorável. Todo o lixo é levado para dentro do rio Cuiabá pelas águas das chuvas e enchentes, contribuindo para afetar a vida do bioma Pantanal, pois a “Bacia do rio Cuiabá é importante na formação do Pantanal Mato-grossense e para outras partes do Brasil e do mundo, mas, sobretudo em um contexto regional, é muito importante pela sobrevivência de cerca de 75% da população do estado de Mato Grosso” (Digoreste News, acesso em 05/06/2020). A situação hídrica/ambiental da bacia do rio Cuiabá tem outros complicadores, como a sedimentação provocada pelo desmatamento indiscriminado das matas ciliares que causam vários tipos de erosão e alteração dos padrões de ocupação do solo.Description: C:\Users\Marilza\Documents\MUDANÇAS CLIMÁTICAS\WhatsApp Image 2020-06-07 at 17.52.18 (3).jpeg 

Como se vê, a intervenção humana destrói o seu habitat natural, destrói a sua “Casa Comum” e este processo de ameaça dos direitos da “Mãe Terra”, dos direitos da natureza, será reversível por incrível que pareça, pela própria humanidade que precisa cuidar do ambiente, reduzir o aquecimento global, reduzir a poluição, mudar a economia, ou seja, fazer outro tipo de economia em sintonia com a natureza: desmatamento zero, queimadas zero, lixo zero.

Marilza J L Schuina

Cuiabá, 05 de junho de 2020

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