O Povo Anacé e a Judicialização da Água no Ceará
No Ceará, o Povo Anacé (etnia indígena, que além do acesso à água, luta pela demarcação de suas terras) judicializou o caso para que as águas da lagoa do Cauípe não fossem desviadas para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), que a utiliza como matéria prima e, contraditoriamente, registra na página]institucional da Companhia de Integração Portuária do Ceará (Ceará Portos), que visa“propiciar condições para o desenvolvimento econômico da região com justiça social e proteção ao meio ambiente”.
O Povo Anacé e a Judicialização da Água no Ceará
Por: Roberta de Castro
As políticas desenvolvimentistas no Ceará querem nos arrancar a água
Mas nós, mobilizados, não iremos deixar
A água é bem natural, que brota do céu e da terra
Por isso não tem dono, é direito da coletividade
E não mercadoria para lucrar.
Água para beber, banhar e alimentar
Como força sagrada circunda territórios de comunidades tradicionais que a protegem
E entram no combate contra os malefícios do agronegócio, que não é pop
Mas contamina, sufoca e mata.
Água, direito humano fundamental
Direito do Povo Anacé, que para protegê-la foi preciso judicializar
E os gritos não calarão: precisamos acessar e não desviar!
Não privatizar e não mercantilizar!
Aqui no Ceará não vamos silenciar
E os grandes empreendimentos não irão nos subordinar
Os encantados nos protejam!
Nos deixem plantar, colher e transformar.
[1]Disponível em <http://www2.cearaportos.ce.gov.br/complexo.asp> Acesso: 19 maio de 2019.