Cenário de emergência climática: agroecologia e transição energética são opções discutidas no Encontro do FMCJS Região Sul
No último dia 18 de março ocorreu o Encontro da Regional Sul do FMCJS. Estiveram presentes representantes de entidades da sociedade civil do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Durante o encontro foram trabalhadas duas pautas principais: o modelo energético e as possibilidades de transição para energias renováveis e limpas; e a agroecologia e consumo consciente. Esses temas têm sido objeto de estudo do Núcleo Regional Sul do FMCJS na forma de grupos de trabalho (GTs), e na reunião foi possível colher os frutos do aprofundamento no estudo e debate desses temas tão relevantes para a região e para o país inteiro.
Sobre a questão energética foi enfatizada a necessidade da extinção das formas de produção de energia pautadas em energias fósseis. Esse processo está relacionado ao investimento no modelo de transição energética para fontes renováveis. Os principais pontos levantados para a urgência nessa transição seriam a contribuição das fontes fósseis e não renováveis na disseminação de gases de efeito estufa, contribuindo para o cenário de emergência climática que vivenciamos, bem como a agressividade desses modelos para povos e comunidades que vivem nas redondezas de grandes empreendimentos energéticos.
A apresentação dos trabalhos do outro GT colocou em pauta diferentes desafios e iniciativas para a região. Em torno do tema da agroecologia e do consumo consciente diversos pontos foram levantados. Foi ressaltada a coexistência de diferentes modelos de produção, sendo que no caso do modelo convencional as consequências negativas estão sendo sentidas tanto pela terra, água e plantas com o envenenamento e o desequilíbrio causados por agrotóxicos. Os efeitos não param aí, pois este modelo afeta também grupos e comunidades devido ao êxodo para a zona urbana em busca de oportunidades. A agroecologia, por outro lado, propicia uma relação mais equilibrada e sustentável com o meio ambiente e oportunidades para a permanência das populações no meio rural, mas, para isso, é necessário o fortalecimento desse tipo de produção para a entrada em novos mercados, propiciando alimentos de melhor qualidade e sustentabilidade para mais pessoas.
Na realização desses balanços foi ressaltado que todos nós fazemos parte desses modelos descritos, tanto energéticos quanto produtivos, e que é necessário realizar o trabalho interno nas organizações e entre as pessoas de apoiar cada vez mais iniciativas que diminuam a pressão sobre o meio ambiente. No cenário de emergência climática, que é sentido na região Sul, com secas mais severas, a conscientização sobre os impactos de modelos que poluem o meio ambiente é cada vez mais necessária.