Alemanha quebra recordes de geração fotovoltaica

25/06/2014   –   Autor: Fabiano Ávila   –   Fonte: Instituto CarbonoBrasil

O verão ensolarado na Europa está fazendo com que a Alemanha ultrapasse marcas de geração solar fotovoltaica impensáveis até poucos anos atrás, demonstrando mais uma vez a viabilidade dessa fonte.

O mais surpreendente dos recordes batidos é que, pela primeira vez, uma grande economia teve mais de 50% de sua demanda elétrica diária atendida por uma fonte alternativa de energia.

De acordo com o Instituto Fraunhofer, em nove de junho, as instalações fotovoltaicas alemãs geraram 23,1 GW, o suficiente para atender 50,1% da demanda do dia, que era um feriado nacional e, por isso, apresentou um consumo menor do que o habitual.

Outro recorde foi batido ainda antes, no dia seis, com a geração pico de 24,24 GW entre às 13h e 14h.

Finalmente, foi quebrada também a marca de maior geração em uma única semana, com um total de 1,26 TWh entre os dias dois e nove de junho.

Apesar dos números positivos, as novas marcas salientam um desafio para a energia solar: o armazenamento da eletricidade.

“Os mais de 1,4 milhão de sistemas fotovoltaicos alemães estão produzindo em excesso, especialmente em dias ensolarados. Isso é um sinal claro de que o país precisa de uma capacidade maior de armazenamento para poder utilizar essa eletricidade quando for necessária”, afirmou Tobias Rothacher, especialista em energia da Agência de Desenvolvimento Econômico da Alemanha.

Também é importante notar que o setor fotovoltaico está em desaceleração no país, principalmente por causa da retirada de alguns subsídios.

Segundo a Bloomberg, nos primeiros cinco meses deste ano foram instalados 818 MW em sistemas fotovoltaicos, 45% a menos do que a quantidade registrada no mesmo período em 2013.

A decisão do governo alemão de cortar subsídios é parte de uma política de redução de custos, que visa baixar o preço das tarifas de energia.

Mesmo assim, a meta da Alemanha ainda é ambiciosa: alcançar 80% de participação de fontes renováveis em sua matriz até 2050.

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