Injustiças climáticas no Pantanal de Mato Grosso*
* As autoras integram o Instituto Caracol e o Grupo Pesquisador em Educação Ambienta, Comunicação e Arte (GPEA-UFMT), Cuiabá, MT.
Juciele Bertoncello
Jakeline Fachin
Déborah Moreira
As mudanças climáticas causadas principalmente pela ação antrópica e pelo modo de exploração capitalista dos componentes naturais têm se constituído em um fator de grande ameaça à soberania desses grupos. Sentida com mais intensidade nas últimas décadas, as mudanças nos regimes climáticos, expressas em secas prolongadas, tempestades e cheias atípicas, são algumas das consequências ambientais que têm aumentado a injustiça ambiental e exposto a nossa incapacidade de lidar com os efeitos adversos das mudanças e variações climáticas.
O sistema de exploração capitalista degrada seres humanos e natureza, poluem terra, água e ar contribuindo severamente para mudanças ambientais globais e ocasionam o movimento forçado de grupos em condição de vulnerabilidade, consequências desse desenvolvimento iníquo que altera as condições ambientais e acelera as mudanças climáticas.
Trazemos neste documento alguns impactos ambientais praticado por latifundiários da região de Poconé em Mato Grosso (MT), que tem afetado a vida e o bem viver comunidades do pantanal Mato Grossensse. Impactos esses que são também forcas motrizes no agravamento do cenário de conflitos na região e que potencialmente aceleram as mudanças climáticas (desmatamentos e queimadas) e aumenta as disputas por bens naturais (disputa por água) (TABELA 01).
TABELA 01 – Impactos Socioambientais que potencialmente agravam as mudanças e as injusticas climáticas, Poconé-MT.2