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A realidade da água no MT

A água, o bem mais precioso que a Terra nos deu, tem sido transformada em objeto pelo homem e virado disputa de mercado por grupos transnacionais.

Uma outra maneira de apropriação do uso da água tem sido as construções de hidrelétricas com o propósito de gerar energia para a população.

No Mato Grosso, uma das bacias atingidas pelas construções de hidrelétricas é a do Teles Pires, em Colíder e Nova Canaã do Norte, com a concentração de reservatório em fazendas e afetando atividade de dezenas de pescadores.

Com as barragens, ocorre a diminuição dos peixes, devido a mortandade de milhares de peixes e a diminuição da reprodução.

Também a realidade da usina hidrelétrica se Sinop é a mesma: exclusão de pescadores, assentados e ribeirinhos, os mais afetados com a construção da hidrelétrica.

“Dois assentamentos da Reforma Agrária são impactados pela construção da barragem, o Projeto Desenvolvimento Sustentável 12 de Outubro, no município de Cláudia, e o Projeto de Assentamento Weslley Manoel dos Santos, no município de Sinop. Esses municípios perderão uma grande parte de seu território, sendo mais de seis mil hectares, apenas no Weslley Manoel, e também pela divisão e isolamento de várias áreas devido o lago da hidrelétrica”. (Relatório do Fórum de Direitos Humanos e da Terra de MT 2017, p. 166).

Esse exemplo ilustra bem como tem se acentuado os conflitos fundiários no MT e os movimentos sociais que tem travado intensas lutas pela vida humana, da terra, da água, dos peixes são o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Comissão Pastoral da Terra(CPT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Conselho Indigenista Missionário(CIMI) entre outros, que se organizam de maneira coletiva em família, comunidades tradicionais, territórios indígenas e quilombolas, bem como nos assentamentos e acampamentos.

O que contrapõe também ao agro-hidronegócio, em que funciona o capital industrial e financeiro a serviço do lucro, é a agricultura agroecológica.

“Na agroecologia…, o capital ecológico é o seu fundamento. Esse capital tem como lógica uma relação não industrializada com a natureza e se utiliza da própria natureza para a maximização qualitativa e quantitativa da produção: com adubos, fertilizantes, defensivos agrícolas, correção do solo, criação de animais etc que observam o respeito e cuidado com a natureza”… “Trata-se de uma alternativa, ao mesmo tempo, uma força política, econômica e de resistência à transformação da fauna, flora, solo, água e pessoas em mercadorias ou em ‘coisas’  para a exploração, uma vez que essa forma de agricultura considera os diversos  aspectos culturais locais, preserva os recursos ambientais e a biodiversidade biológica…” (idem, p. 170)

Essa é uma das maneiras pela qual podemos colaborar para que a vida na terra seja preservada: a fauna, a flora e principalmente a água, sem a qual nenhuma vida existiria.

“Terra, planeta água!”

Artigo produzido por Marilza Lopes Schuina, multiplicanda do Processo de Formação Continuada e Multiplicadora do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social.

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